terça-feira, 31 de maio de 2011

Sobre as Coisas Pequenas que se Não Cutucadas Passariam Desapercebidas ou Pequeno Manuel Desinstrução.


dos cães e dos desígnios

Chamou-me atenção uma mulher que passeava, manhã cedinho, com um pequeno cão.

Ao cachorro ataram meias (ou luvas) de crochê.

Vermelhas.

O pequeno ser pareceu-me acostumado com o estranho acessório – não conformado – acomodado talvez.

A dona certamente sabia quais motivos da imposição. Conhece germes, esporos, fungos e imundices do passeio público.

O puldo não.

Sabe que usa por obrigação, espera apenas quem em casa tirem-nas (espero eu também, por caridade). Lembrou-me – Deus que me perdoe – o que chamamos de desígnios. Como esperar que pequeninos cães entendam lógicas, coerentes e justas deliberações acerca das quais não têm qualquer capacidade de entendimento?

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sobre as Coisas Pequenas que se Não Cutucadas Passariam Desapercebidas ou Pequeno Manuel Desinstrução.

1.1 dos cactos e seus espinhos.

Discordo de quem entende agressivos os espinhos de um mandacaru ou de uma planta de palma. Seriam se saltassem e furassem um inocente passante. Não. Lá ficam: calmas; passivas; imóveis. Pode furam um olho de quem acolá bulir, na mesma sempre mansidão que falava Santo Agostinho.

Sobre as Coisas Pequenas que se Não Cutucadas Passariam Desapercebidas ou Pequeno Manuel Desinstrução.




1.0 das plantas, mormente as pequenas.

A passividade das plantas miúdas é aparente. Elas induzem para mudar, submetem-se quando dissimulam, e, morrem quando estão com raiva ou entediadas. Ai de quem achar que plantou ou cultivou uma dessas.