quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Sobre as Coisas Pequenas que se Não Cutucadas Passariam Desapercebidas ou Pequeno Manuel Desinstrução.
...das prolixidades humanas, sínteses e haicailísmos.
Resistir ao prolixo é empresa de homéricos sacrifícios.
Toda literatura busca a poesia, toda poesia a simplicidade
de um haicai.
As teses às sínteses.
A vida à redução brusca, exata e conclusa da morte.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Sobre as Coisas Pequenas que se Não Cutucadas Passariam Desapercebidas ou Pequeno Manuel Desinstrução.
...doutros meios de conhecer as gentes.
Primeiro olhe bem para os sobreolhos. Identifique as
rugas no vaivém franzindo durante a
palestra.
Depois imagine a fronte desnuda das peles – é fácil,
toda testa é magra -, tire com a imaginação o branco crânio que a natureza encobriu.
Todo mundo é caveira, mesma cor de osso e caixa abobadada.
Pronto.
Conheceras melhor os seres humanos. Sem tabus ou
preconceitos.
Esse era o eficiente método usado pelos nativos
norte-americanos para conhecer e aceitar os desiguais inimigos e invasores.
Só que se auxiliavam de uma faquinha.
Sobre as Coisas Pequenas que se Não Cutucadas Passariam Desapercebidas ou Pequeno Manuel Desinstrução.
...da outra vertente do nome flor.
Por que artificializar uma flor?
Que mania de toscomimetizar a natureza.
É mais prático, dura muito mais.
Mas, não é flor.
Flor dá trabalho, custa tempo e cuidados. Dura
pouco.
Mas, é flor.
Flor morre, plástico não.
Por durar mais imita melhor a flor.
Lembra a que vive.
Enfeita.
Enfeita por imitação, almeja ser parecendo.
Quanto mais parece, mais perfeita é: parece de
verdade!
Parecer é melhor que ser.
É mais prático, dura mais.
Apenas não é.
domingo, 30 de setembro de 2012
Sobre as Coisas Pequenas que se Não Cutucadas Passariam Desapercebidas ou Pequeno Manuel Desinstrução.
...das
pessoas que não são.
Vi
na rua cruzando a faixa, uma mulher.
Miúda,
ligeira, triste, lambida. Uma mulher que parecia uma solha. Algumas sacolas nas
mãos, braços longos, casaco fininho, malha embolotada de tempo tanto.
Parecia
dessas que vai com muito frio, mesmo que tava tão quente.
Não
era gente – acho, sei, certeza agora que passou -.
Era
uma solha com forte impressão de gente, comprando no mercado de Casa Amarela.
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Breve Chapa Abreugráfica da Vida e Idiossincrasias de Certo Manoel Turrão de Almeida: começando pelo fim.
Deu-lhe
uma crise de cacoetes. Repetidos, incontroláveis. A ponto de incapacitá-lo para
o mais reles ato da vida civil.
Disseram-lhe
que sal ofendia, expurgo-o a ponto das lágrimas saírem-lhes insossas. Depois
cortou o açúcar, outro veneno. Aí, por birra, fez dieta de jiló com água morna,
isso apenas nos dias pares; nos impares só roia uma casca velha de aroeira.
Babava vermelho, fazia pena.
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