sexta-feira, 31 de julho de 2009

Termo de Ocorrência - 03





Quando Fulora na Seca
No mês de fevereiro o mandacaru do nosso terraço floriu. Filho clone de um braço que trouxemos há seis anos da casa do Espinheiro, resíduo escondido dos nossos sertões, estava meio esquecido nessa ponta do terraço até que resolveu florir. O botão bruto mangará pontiagudo parecia rude como a haste espinheira mãe. E que surpresa quando a flor de seda brotou na lua cheia da sexta-feira treze. Filha solitária que nasceu efêmera por uma noite e secou ao despontar do sol. Alegriazinha nas nossas vidas cinza, esperança que a beleza surja no caos, fome de vida que supera a aspereza, morte que vira frutos e renascem filhos. Cuidamos pelo esquisito extinto de criar, por criar, procriar e manter. Sem pensar. Porque o vivo nascido se venera e cuida, esquecendo-se o propósito imita-se Deus.

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