...das pequenas histórias com longos títulos:
A Inacreditável História do Funcionário Público que Usou, de Uma Só Vez, Toda a Sua Cota de Tirocínio e Surpreendentemente Não Foi Fritado em Represália na Repartição.
Vitalício Licitado, economizador condecorado de clipes metálicos, gastou em seu prestimoso ofício quase duas florestas amazônicas em lápis para preencher formulários e C.Is. Cumpriu trinta anos de prazos, de despachos, decisões normativas, decretos e portarias.
Um belo dia foi cooptado por um vendedor autônomo, provisório e irregular de loterias zoológicas da contravenção.
Prevaricou: Apostou o seu duodécimo, o quinquênio e parte da sua licença-prêmio na borboleta.
Deu elefante branco na cabeça, águia no invertido e raposa do primeiro ao quinto.
Os colegas efetivos, superiores e subalternos, censuraram-no apenas no café do terceiro intervalo do turno matutino, todavia, permitiram que o desafortunado barnabé continuasse lotado no mesmo birô de antanho. Subtraíram-lhe, apenas um dos trinta e seis carimbos de por sobre e duas sacolas de ligas de borracha da marca Mercury.
Já dizia o querido Manoel de Barros que a gente olhando,e olhando,e olhando pra qualquer coisa,ao fim e ao cabo,a coisa se revela sempre espantosa. Não é preciso olhar de mais pro barnabé; basta olhar de fora, pra vê o espantoso mistério que produz a vida burocrática! ( Joaquim,lí o teu livro e Achei-o melhor do que esperava! Gostaria de conversar melhor contigo sobre dois pontos: 1. a parte dedicada ao embróglio jurídico - onde você se espalha professor,advogado e rábula...) 2. e no final da obra,o "intermezzo" dedicado à história do sobrinho "pê" do nosso herói...)( Fiz algumas observações no próprio texto;espero que voce não se importe!)O livro me comoveu sinceramente (inclusive,e não apenas,pela familiaridade com personagens,paisagens,costumes...)e me encantou pela desenvoltura narrativa,que seduz o leitor,prendendo sua atenção até o fim. Meus parabéns antecipados. Abraços. Outra coisa,pedro,meu irmão,também quer lê-lo.Posso emprestar a ele?
ResponderExcluirPaulo Gervais