terça-feira, 12 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
Sobre as Coisas Pequenas que se Não Cutucadas Passariam Desapercebidas ou Pequeno Manuel Desinstrução.
das confusões de modernidade
Ontem mesmo vi uma pessoa, em público, falando sozinho. Comentei sem pretensão com umas comigo:
- Lá vai mais um que desatinou!
Repreenderam-me que o homem estava conversando wireless com alguém.
Cá matutei: O doido de antanho não tinha tão cômodo álibi; mas sempre, sem saber, foi modernamente sem fio; a conversar na rua consigo mesmo, com os seus delírios e fantasmas. Assim como conversamos, nós todos outros doidos, com Deus.
sábado, 2 de julho de 2011
Sobre as Coisas Pequenas que se Não Cutucadas Passariam Desapercebidas ou Pequeno Manuel Desinstrução.
das fábulas de reinos encantados
Dizem que certa feita, há muito de águas corridas e moinhos movidos, passou nessas terras um rei. Cavaleiro de plurais elegâncias e altos portes garbos: veludos púrpura; pelicas; bordados de ouro; pendões e alvo alazão a trote.
Não procurava princesas, tesouros ou motivos desses que servem para perderem-se errante as nobrezas.
Procurava, amiudando inquirindo nas soleiras de palacetes e choças, uma certeza. Certeza que - disse - o visitara quando tinha tenra idade. Em breve passagem, na inocência da criancice, alguma certeza sobre certa coisa que não lembrava mais qual era. Sabia só, foi breve e voou.
Falcão flecheiro de céu a infinito deixara-o exato no dia em que inventou de ser gente.